Lembro do primeiro dia que cheguei –cambaleante – no Bar do Lucas, segurando uma pitchula de Guaraná abastecida com um White Horse de uma dúzia de anos, óculos sujos, que deixava apenas eu ver o Panamá do Gilberto Colorado do Brasil. Ao lado dele, o então “desconhecido” Adalberto Penteado Gonçalves, de camisa branca com a barriga saliente gesticulava efusivamente para saber que aquele que ali estava, era o próprio. Para nós, o Gonça.
Desde a entrada no Beira até o término do jogo, lembro de pouca coisa. Quase nada. A não ser o fato que o Inter me presenteava com mais um amigo. Passaram os meses e, atrasados que éramos, nos encontrávamos nas filas do CAS para pagar a carteira vermelha. Jogo só a partir dos 30 minutos. Azar. Com o tempo, as amizades foram ficando mais fortes e o jogo, por mais absurdo que pareça se tornava secundário. Ia pra falar com o Gonça. O Eber. O Giba. Dentre tantos outros.
Por motivos meus, estou longe do Beira-Rio a cerca de 18 meses. Mas a amizade a coloradagem continua. Com o seu Jef, o Felipe, e até mesmo, os gremistas do Grenalzito. Uma segunda família.
Acho que se vão alguns anos, se bobear uma década de amizade. E uma coisa que talvez só o presida saiba, é que não consigo falar “meus pêsames”.
Então, amigo Gonça, utilizo o recurso que temos, o “Grenalzito” para dizer que, todos nós, estamos contigo neste momento difícil. Tenha certeza que a Carol chegará lá em cima, levando todos os ensinamentos que passaste a ela.
És um exemplo de pai. De pessoa. De Colorado.
Pode parecer clichê, mas, depois que viramos pais, ficamos com o coração mais sensível, vendo o mundo de outra forma. Vais começar uma nova etapa na tua vida. Com a certeza de dever cumprido.
Não tivemos a oportunidade de conhecer a Carol; mas ela ficará para a eternidade dentro do teu coração; e tu, meu amigo, tenhas certeza que estará dentro dos nossos corações.
Conta conosco,
Fabin