A primeira a gente nunca esquece!

Desde que estou habitando longe do Pago, mais especificamente em Santa Catarina, esta foi a primeira vitória do Inter que vi aqui no estado (uma derrota para o Joinville pela extinta Sul-Minas, três derrotas e um empate com o Figueirense e um empate com o Marcílio Dias, num amistoso). A Equipe Grenalzito S/A tinha visto dois jogos por estas paragens este ano. Duas derrotas: Inter para o Figueira e Grêmio para o Avaí.
Finalmente o primeiro triunfo aconteceu. E foi vermelho!

O Dia

Pai, namorada, primos, tia… Três carros, dez pessoas, dez horas e um domingo inteiro. Duas faixas de um tecido tosco escrito INTERNACIONAL por 5 pila, dois chapéus malucos por 10 pilas. Camiseta número 5 do Cholo El Capitán Guiñazú no couro pela segunda vez em 2009 (a primeira foi neste jogo). Águas, refris, salgadinhos, pipocas, pastéis, chocolates… 7 Colorados, 2 Botafoguenses e UMA GREMISTA, que inclusive comemorou o gol do Magrão Maloka e está quase sendo convencida a bandear-se para o lado Vermelho da Força.

A caravana de Brusque (ABRAVANEL, Senor) encontrou-se na capital manezinha de Cacau Menezes e Jacaré por volta das 14 horas. O trânsito para chegar à Ressacada era de uma tranqüilidade anormal. Ingressos comprados com antecedência, o jeito era se posicionar no portão destinado para a torcida visitante e aguardar. Tendo experiência no outro estádio de Florianópolis, a agourenta residência da BOBGUEIRA também conhecida como Orlando Scarpeli, circular nas imediações da arena com camisetas rubras é algo desaconselhável. Não na casa dos Avaianos. O clima em volta do estádio era calmo, inclusive com vários casais de Avaianos(nas) e Coloradas(dos) passeando calmamente. Lógico que com a chegada da cavalaria montada da Polícia Militar por volta das 17 horas, e após o jogo com o nível de adrenalina e BIRITA nas veias de alguns excedendo os limites, algumas correrias aconteceram. Mas nada que estragasse o clima de respeito entre as torcidas.

O céu nublado anunciava frio e chuva. Pouco mais de quatro da tarde as catracas foram liberadas pra coloradagem adentrar no módico espaço dedicado aos vermelhos. Gurizada de Roca Sales (levando a sério a estrofe “E A CACHAÇA NA MÃO!”), Tambores de Yokohama, Guarda Popular, Consulados de Porto Alegre… Gente de tudo que era canto! Fanáticos pelo Clube do Povo que por motivos variados não possuem mais o privilégio de todo domingo sentar no cimento sagrado do Gigante. Outros que saem do Rio Grande do Sul e seguem o Inter por toda parte. E ainda aqueles torcedores que mesmo não sendo gaúchos, amam o vermelho e o branco de maneira incondicional.

Faltando menos de uma hora pro início da peleja, o céu que antes ANUNCIAVA frio e chuva cumpriu sua propaganda. Minha rinite, a gripe dos meus primos e a dor de garganta da minha distinta companheira não deixam mentir. Mesmo assim o movimento no lado de fora da Ressacada era intenso, e o espaço destinado aos Colorados cada vez mais apertado. A diretoria do Avaí com certeza está aproveitando a estadia do clube na Série A para vender o maior número de ingressos possíveis. Só que finge esquecer a capacidade total do estádio!

O Jogo

Com meu afilhado Thiago (6 anos) e minha prima Caroline (9 anos) sabendo todas músicas e palavrões de cor e salteado (Muito mais que amoooor / Não é o **** do grêmio / É o Rolo Compressooooor / ÔÔÔÔÔÔ), a Academia do Povo entra em campo!

Faltando apenas algumas dezenas de minutos pro início da partida, a torcida do Avaí lotou as arquibancadas. Com muito sinalizadores, fez um belo espetáculo antes da bola rolar. O problema é que o Inter não deixou os jogadores do Leão empolgarem a torcida manezinha. Nos primeiros 45 minutos a supremacia técnica e tática colorada foi claríssima. Embora o ataque não tenha conseguido concluir muitas vezes a gol, a posse de bola deve ter passado dos 60%.

Kléber, Taison e Giuliano faziam a bola rodar de um lado ao outro. Mas quem impressionava pela classe e tranqüilidade era Fabiano Eller. E como prêmio, inaugurou o marcador do jogo. Após a (exagerada) expulsão de Índio e o final da primeira etapa, era esperado que o Avaí voltasse melhor no segundo tempo. Nada disso.


Oferecendo o contra golpe aos vermelhos, o time de Silas não encontrava maneiras de furar o bloqueio defensivo colorado. E aí a qualidade monstruosa de André D’alessandro surgiu. Segurou a bola, driblou, lançou, tabelou com Kléber pela canhota, armou o meio de campo com Guina e Magrão… Fez de tudo El Cabezón! Bolívar ainda foi expulso no final do jogo, deixando a contenda ainda mais épica. Só que antes disso, numa das milhares de jogadas trabalhadas com toques rápidos e de primeira (parecia que o Verón tava treinando o Inter tchê!), Magrão fuzilou a meta do goleiro de pijama, Eduardo Martini. 0 a 2 e a Ressacada virava o Beira-Rio!

Os destaques do time foram: Lauro e pelo menos dois milagres; Giuliano com muita habilidade; Guina extra-terrestre; Magrão voltando a ser aquele Magrão Maloka; D’alessandro e um show de futebol; e Eller o melhor em campo.

Um domingo perfeito para ser Colorado! E rumo ao Tetra!

Ps.: Ao final do jogo, Tite vibrou muito antes de descer para o vestiário do Inter, bem na frente do local da torcida Colorada. Ganhou a simpatia de muitos que sempre desconfiam do Seu Adenor.