Arena Grêmio, um causo

Sou defensor do espaço pro povo em qualquer estádio de futebol. Por mim, a “coréia” (dê o nome que você preferir) jamais teria acabado. Quero um futebol do povo. Não quero o futebol elitizado, europeizado.

Acho caro pagar 40 conto por um ingresso de um jogo de futebol. Se o cara for toda semana, são 160 pila por mês. Pesa no orçamento de uma família-salário-mínimo.

Os bilhetes na Arena estão custando, no máximo, 160. Não é um absurdo se comparado com os preços que o Corinthians praticou na Libertadores passada. Mas, tenho certeza, conforme o Grêmio for avançando na Copa, os preços subirão.

O ingresso mais barato para ver o jogo contra o Huachipato custa os 40 pila que citei. O mesmo preço foi cobrado no jogo contra a LDU. E aí vem o motivo deste post.

Carlos Prill, de Porto Xavier-RS, contou e mandou fotos de como foi sua primeira experiência na Arena. Fiquei impressionado porque além do batido “cara, o estádio é espetacular!”, ele falou de coisas interessantes.

“Ninguém deu bola pro acidente da avalanche. Durante o jogo, ninguém falou nada. No outro dia a imprensa sentou o cacete. Eu acho que isso é resíduo da tragédia de Santa Maria. De agora em diante vai ser assim, até virarmos europeus pra torcer, mas com salários africanos.”

“Comprei o ingresso barato e já é pertinho. No anel inferior, deve ser junto. Se o cara tem pontaria, dá pra jogar o celular que acerta na pinha. E a iluminação é fora do comum. Se vê todos os detalhes.”

“Paguei 40 no ingresso. Achei muito barato pela importância do jogo. Não sou sócio nem nada! Cheguei, fui na bilheteria. Apenas fui cedo.”

“Outra vantagem: o cara compra um setor, mas pode sair passear pelo entorno e entrar nas outras cadeiras. Eu fiquei girando conforme me interessava. Quando deu pênaltis, a galera saiu na correria atrás da goleira, e eu fui no embalo. Muito 10.”

“Quando tiveres oportunidade, vai que tu não vai se arrepender. Nada a ver com o lendário Olímpico.”

* Fotos de Carlos Prill. Se clicar nelas, elas ficam maiores.