Beleza de derrota!

*Fotos e Vídeos: Aline “Quase Colorada” Camargo

Pela quarta vez nesses nove anos em que abandonei o pago fui até o estádio Orlando Scarpeli. Saí de Brusque pouco depois do meio dia, camiseta nova do Guina no couro e com a expectativa de finalmente sair com um resultado que não seja derrota ou empate contra o “glorioso” Figueirense. O dia estava com uma temperatura agradável e um solzinho amigo, perfeito para ver futebol no estádio (lembrei de quando era criança e o sol caía bem na frente de quem estava na Inferior do Beira-Rio! Saudades…)
Tá certo que era amistoso, time todo reserva, apenas para dar chance pra gurizada correr, pegar embocadura, ritmo de peleia, etc. Mas a única vitória que eu tenho no meu cartel (no estádio) contra o Figueira na verdade foi um empate! Pela Sul-Americana de 2004, se não me falha a maldita memória, eliminamos eles no Gigante, nos pênaltis (Granja bateu o último)!
Enfim. Rumamos eu e minha digníssima namorada com destino à “ilha da magia”. Bastante gente trajando vermelho, clima tranqüilo (já fui em jogo de Inter e Figueira que o bicho quase pegou…) apesar dos gritos de “ão ão ão segunda divisão”, “pu** que pariu, libertadores o figueira nunca viu” e o costumeiro “gaúcho, viado”. Tudo pronto para uma apresentação segura do nosso time B.
Tite escalou um time reserva bem ofensivo, com Marcelo Cordeiro, Andrezinho, Giuliano, Walter e Leandrão (ataque com dois jogadores fortes e bons no jogo aéreo, mas as jogadas de flanco quase inexistiram, e os cruzamentos só saiam nas faltas e escanteios!). O meio-campo ficou muito aberto, e o Figueirense levava perigo nos contra-ataques.

O time não encontrou o tal do equilíbrio. E pra uma coisa esses jogos com times reservas servem: mostrar que “opções do banco” muitas vezes são apenas isto mesmo, e não soluções para todos problemas de uma equipe. Os 3 gols do Figueirense foram iguais: cruzamento pelo lado direito do ataque (e esquerdo da nossa defesa) e cabeçada de jogadores não muito altos.


Ou seja, Cordeiro não é um lateral consistente defensivamente. E também não é regular no ataque suficientemente para ser titular. Mas é uma boa opção. E Danny Morais é um guri de muito futuro, mas no momento ainda comete falhas na bola aérea e se afoba na saída de bola em vários momentos. O pensamento mágico de que os reservas são sempre melhores que os titulares sumiu em Floripa, para o bem do time no resto da temporada.
Walter mostrou vontade e que é um jogador diferenciado. Mas ainda não tem maturidade pra guentar o rojão da titularidade. Melhor em campo pelo Inter;
Sorondo é um baita zagueiro! Mesmo com receio em função das recentes lesões, deu carrinho, dividiu e mostrou que com um pouco mais de confiança, é titular fácil na zaga Colorada;
– Gostei do Paulinho e do Giuliano também. Muita garra e disposição;
– Queria ter visto jogando o piá Marinho, que acabou ficando só no banco. Mas só pela pinta do figura dá pra dizer que entende do riscado;
Michel Alves é bom goleiro, mas não é o santo milagreiro que muitos pensam. A reserva faz o cara ser visto como solução, mas é bom ir com calma pra não queimar bons jogadores, como ele. Mesma coisa serve pro Andrezinho: bom jogador, mas não serve como solução de todos os problemas do time.

Curiosidade: No time do Figueira jogaram o zagueiro e capitão Régis (aquele mesmo, que fez dupla de zaga com Gamarra e Márcio Tigrão!) e o lateral esquerdo Anderson Pico, ex-Grêmio. Me senti num Desafio Grenalzito – Ao Vivo!
E o bom goleiro do Figueirense que salvou pelo menos três gols certos do Inter é reserva do irregular Wilson. Vai entender… Ou seria ele só mais uma boa opção individual, assim como as nossas?