Espelho Tático, a maneira de derrotar o Inter

Estatísticas Coloradas no Brasileiro:
24 jogos (47 gols pró / 30 Contra)

13 Vitórias (Corinthians 0 x 1 Inter; Inter 2 x 0 Palmeiras; Goiás 0 x 1 Inter; Inter 2 x 1 Avaí; Inter 3 x 0 Coritiba; Náutico 0 x 2 Inter; Inter 4 x 2 Fluminense; Inter 3 x 2 Barueri; Inter 3 x 0 Sport; Santo André 0 x 2 Inter; Inter 4 x 0 Goiás; Inter 3 x 0 Atlético MG; Avaí 0 x 2 Inter);

4 Empates (Cruzeiro 1 x 1 Inter; Inter 0 x 0 Vitória, Inter 2 x 2 São Paulo; Santos 3 x 3 Inter);
7 Derrotas (Flamengo 4 x 0 Inter; Atlético-PR 3 x 2 Inter; Grêmio 2 x 1 Inter; Botafogo 3 x 2 Inter; Inter 1 x 2 Corinthians; Palmeiras 2 x 1 Inter; Inter 2 x 3 Cruzeiro).

Gols:
Alecsandro – 11
Nilmar – 5
Taison – 4
Andrezinho – 4
Bolaños – 3
D’alessandro – 3
Giuliano – 3
Sorondo – 2
Edu – 2
Magrão – 2
Danny Morais – 1
Talles Cunha – 1
Leandrão – 1
Sandro – 1
Marquinhos – 1
Guiñazú – 1
Kléber – 1
Fabiano Eller – 1

Assistências:
Kléber – 8
Andrezinho – 6
Giuliano – 5
Taison – 2
Alecsandro – 2
D’alessandro – 1
Marcelo Cordeiro – 1
Magrão – 1
Guiñazú – 1
Marquinhos – 1
Edu – 1
Danilo Silva – 1
Índio – 1

“Eles jogaram melhor”.

Dizer isso é quase um atestado de anti-torcedor, ou uma simples desculpa. Mas pela terceira vez no ano vejo-me COMPELIDO a setenciar: o Inter NÃO jogou mal, porém perdeu para uma equipe que conseguiu ser superior em muitos sentidos.

Nas outras duas partidas em que o Colorado teve uma bela atuação mas não obteve o resultado (primeiro jogo da final da Copa do Brasil em São Paulo e derrota no Beira-Rio por 1 a 2, as duas contra o Corinthians), alguns aspectos repetiram-se.

O Cruzeiro conseguiu postar seus meio-campistas de maneira a bloquear as subidas de Magrão e Sandro (principalmente de Sandro, até porque numa escapada de Magrão houve o pênalti). Além disso, como a marcação por zona do Inter não estava conseguindo acompanhar Gilberto, um dos volantes era obrigado a “individualizar” no ex-lateral. Com isso apenas D’ale armava, sem ajuda. Aí Guina ficou entre a cruz e a espada. Para entender isto era só olhar pro outro lado: Fabrício em D’ale, Henrique na cobertura e Marquinhos Paraná preenchendo ora o espaço do “auxiliar de armação”, ora as coberturas das laterais ou do meio.

Adilson armou seu time EXATAMENTE do modo como o Inter joga fora de casa. Inclusive com um “ponta” de perna direita (Thiago Ribeiro) aberto na esquerda, que na minha opinião foi o melhor em campo. Segurou a bola, armou 97,8% dos contra-golpes da Raposa, abriu a marcação, não permitiu as investidas de Danilo Silva ao ataque no primeiro tempo (no segundo o dublê do Crouch se atirou como um maluco e deu no que deu…). Fez tudo que um atacante precisa fazer, incluso o gol da vitória, puro oportunismo e senso de colocação.

Assim como nas outras duas derrotas vermelhas “supracitadas”, foi um jogão de bola. Alternativas ofensivas e principalmente defensivas (as defesas tiveram de se adaptar várias vezes durante o jogo, com a dupla do Cruzeiro em tarde mais feliz que os bons porém desentrosados Eller e Sorondo), qualidade técnica apurada (apesar do gramado prejudicado pela semana de chuva ininterrupta em POA), jogadores de alto nível (D’ale, Gilberto, Henrique, Sandro…), nenhum pontapé, estádio lotado.

Mais um falta perfeita! Será que entrará na vaga de um volante?

Fica o gosto amargo pela chance perdida de assumir a ponta do Brasileirinhas ’09 de vez. Mas não dá para apontar o dedo e dizer “fulano foi o CULPADO pela derrota”. O Cruzeiro foi MELHOR, e o Inter NÃO JOGOU MAL.

Num clássico deste tamanho, qualquer coisa pode acontecer, inclusive os dois times jogarem muito bem e proporcionarem um belo embate. Mais um histórico Inter e Cruzeiro, Cruzeiro e Inter.

Ps.: E o pior é que concordo com Adenor (retirado do site do Inter): “O Cruzeiro teve mais qualidade nas finalizações. Foi um jogo no qual os sistemas ofensivos levaram vantagem sobre as defesas. Não conseguimos manter o equilíbrio das últimas partidas”.

Jogão!