Quem se conhece, sabe dos seus.
Externá-los é o erro. Tê-los é normal.
Se (e que fique bem claro o “se”) Maxi externou o dele chamando Elicarlos de “macaco”, errou. E deve ser repreendido, corrigido, ensinado que o fato de uma pessoa ter a cor da pele diferente da dele não quer dizer que ela seja pior que ele. Resolvido.
Agora, o Elicarlos prestar queixa e promover aquela história toda é uma grande palhaçada, uma baita hipocrisia, como disse Alex Cabeção, ex-Cruzeiro, Palmeiras, Seleção.
Façamos uma comparação entre “veado” e “macaco”.
Imagine o Richarlysson mandando prender cada um que chama ele de “veado” num jogo de futebol.
Imagine o árbitro mandando segurar toda a torcida porque ela gritou “juiiiiz, viaaaado!!!”.
Neste caso que está na mídia foi um xingamento interno de Maxi a Elicarlos, tipo marido e mulher, não um ato de racismo. Foi errado, mas se punir este, teremos que punir todos os outros.
A cada lance do futebol um jogador manda o outro tomar no cú, se foder, chama de bicha, veado, baitola, otário, corno, filho da puta, filho duma égua, filho duma potranca, idiota, chama árbitro de ladrão, técnico de burro, de anta, asno.
Coisas bem piores, de gravidade igual. Ninguém acha ruim.
Sei que o “racismo” preto X braço, KKK e tudo mais é uma mancha “negra” (olha a discriminação), “denegriu” (olha ela aí de novo) a história da humanidade. E já deveria ter sido eliminada. Infelizmente não foi.
Mas a reclamação do Elicarlos é clara e tem como único objetivo causar furdunço, está escancarada a intenção.
Talvez estaria ele sendo “racista” com argentinos? Será o que Maxi não tem nenhuma queixa duma frase tipo “só podia ser argentino mesmo”? Ou “argentino de merda!”
Caberia um pedido de prisão igual. Ou não caberia? É pejorativo.
Mas não é (quem sabe um dia chegamos lá e nem no futebol teremos mais que lamentar estes atos).
As pessoas discutem. Quantas vezes tu, lendo um texto meu pensou: “só podia ser este gremista de merda! É um bocaberta mesmo! Um burro velho!”.
Faça as contas.
“Xingar” de macaco dentro de campo é como xingar de qualquer outra coisa. É até difícil classificar como racismo.
Só sei que a folia está armada. A guerra se fez. E lá pelas tantas da madruga escutei que o Maxi sairia do busão pra prestar depoimento na delegacia do Mineirão.
Parênteses: a diretoria do Grêmio vacilou escondendo o Maxi dentro do ônibus. Aumentou o caos, deu pano pra manga, prolongou a confusão. Errou.
Voltando: pensei na hora (em que o Maxi sairia do ônibus): que venham todos os jogadores pra fora e acompanhem Maxi.
Foi mais. Vieram todos os atletas mais Paulo Autuori, Renê Weber e todos os dirigentes.
União.
Ali o time mostrou-se uma equipe. Mostro que quer vencer o Cruzeiro, a começar por esta pendenga aí.
Se o jogo tivesse terminado 1 a 0 para o Cruzeiro, estaríamos comemorando e precisaríamos fazer os mesmos 2 a 0 em casa. Sei, agora, se o Cruzeiro marcar um gol, a peleia é outra ainda maior e mais impossível de ser vencida.
Mas o Grêmio pode. 2 a 0 dá!