Ressacada, o retorno

Pra começar, curte um videozinho da chegada. Olha o Luciano Périco, da Gaúcha, mandando um alô pra tigrada!

Em abril de 2008, logo após a eliminação do Grêmio para o Juventude no Gauchão e para o Atlético Goianiense (!!!) na Copa do Brasil, eu fui a Ressacada, o estádio do Avaí, pela primeira vez.

Era um amistoso e Seu Celso (Deusolivre) já estava na corda bamba.

Naquela tarde chuvosa, eu, meu tio Edinho (aquele mesmo) e o Luciano, um cara gente fina que pesa mais de 100kg, nos grudamos na porta do vestiário gremista e gritamos até o sininho da goela estribuchar.

Já dávamos a ordem pela saída do Seu Celso (faz o sinal da cruz aí vivente!).

Ali, naquele dia, ele começou a cair. Tenho certeza.

Mas a história da Ressacada, o retorno, conta outros episódios, tão ou mais dramáticos que os daquele abril do ano passado.


Que o Tricolor perdeu para o Avaí, tu já sabe. Mas eu preciso repetir, é um dever jornalístico, digamos.

Vexatório também é dizer que o Grêmio não mereceu ganhar do Avaí. No máximo, bem tenteado, merecia empatar.

Mas foi incapaz (isso tu também já sabe, afinal estou bem atrasado e tu já deve ter lido todos os sites que comentam futebol).

Então vamos logo ao que interessa. Vamos ao que eu vi e a mídia não deu.

Cara (isso tu talvez até tenha lido em algum lugar, mas vou repetir, perdón), chegar na Ressacada é um caos. Saí às 15h30 de Brusque, montado na minha motoca, debaixo de chuva.

Cheguei em Balneário Camboriú (40km) às 16 horas, debaixo de chuva e frio.

Esperei o Edinho quase uma hora, escondido da chuva.

Quando ele chegou, resolvemos ir de carro. Masoquismo nunca foi meu forte.

Mais 90km de BR 101 e chegamos a Floripa.

Pra entrar na capital catarinense, trânsito mais ou menos, 50km/h.

Só que a 7km (sete quilômetros) da Ressacada, congestionamento. Chegamos ali cerca de uma hora antes do início da partida. E entramos no estádio cerca de 5 minutos antes do apito inicial.

Lembram que Floripa queria ser sede de Copa do Mundo!? (antes que tu me chame de burro, eu sei que o estádio escolhido seria o do Figueira, que fica no continente, mas pra se chegar no aeroporto tem que pegar o mesmo caminho da Ressacada. E o aeroporto está uns 5km mais adiante).

Magreza, se fora o desrespeito é grande, queria que tu visse dentro do estádio.

Socaram a torcida gremista num canto. Se no lugar reservado cabem 1500 pessoas, colocaram 2000. Com certeza venderam ingresso a mais. Ou falsificaram.

Não se trata ninguém daquele jeito.

Tchê! Tu sabe que na arquibancada deve (é obrigatório) ficar aquele corredor de escada para trânsito de pessoas.

Num degrauzinho daqueles estava eu e mais dois! Três em cada degrau!

Se desse um gol do Grêmio, meu amigo, a avalanche faria estrago (confesso que eu preferiria uma vitória e um pé destroncado do que a derrota. Mas não deu, fazer o quê).

Bueno, voltando pro jogo, posso dizer que mal vi o primeiro tempo. Como estava no primeiro degrau tinha um bando de gente no corredor na minha frente. E os caras ainda estavam com filho na garupa, bandeira e tudo mais. Beleza, estádio é pra torcer mesmo.

Pra dificultar um pouco mais a visão, Grêmio atacou pro outro canto. E como o Tricolor atacou mais e teve mais posse de bola, a nega quase não veio pro nosso lado.

Quando veio, Victor se agigantou.

Agora, outra coisa que tu já ouviu mas eu TENHO QUE repetir é sobre o Tchequito querido Geral está contigo.

Homedocéu! Nunca vi o Tcheco jogar tão mal (eu sou fã dele, antes que tu me cornete).

Ele errou 90% dos passes e perdeu 99% das bolas que tentou segurar. Foi mal, muito mal. Mal mesmo.

Quem foi O Cara no Grêmio vestia a 11.

Adilson. Como jogou!

Cabeça erguida, domínio de bola, quase não errou passes, distribuição de jogadas pelos lados e ainda deu um chute violento que o Martini salvou. Foi nota 9.

O Mário Fujão foi bem também, mas o Joilson entrou melhor em seu lugar. Talvez porque o Avaí escolheu só esperar o Grêmio depois de abrir o placar e o Joilson pôde atuar solto, sem se preocupar muito com a defesa.

Aliás, o Avaí se defendeu muito bem (e até assustou nuns dois contra-ataques). Silas fechou o time de uma maneira que o Tricolor não conseguiu chegar tocando a pelota.

O Grêmio girava de um lado pro outro e não tinha jeito de penetrar na zaga dos avaianos.

Quer dizer, “te-tinha”. Ao Grêmio faltou uma jogada individual, um drible, uma investida no peito e na raça.

Ninguém se boliou pra dentro do Avaí. O Herrera se escondeu. E o Grêmio tocou demais a bola!

Mas, pra enxergar o copo meio cheio, direi que o time está no caminho. Essa de tocar demais a bola mostra que o passe e o esquema estão bem treinados.

Falta o “algo a mais”. Poderia ser a garra, a determinação. Mas isso, pelo jeito, ficou no GRE-NAL passado.

Souza foi burocrático, errou todos os arremates. Fábio Santos não passou segurança, ficava indeciso na hora de aparecer na frente. Enquanto ele pensava “será que eu vou”, a jogada já tinha se escapulido.

Mas quando arriscou, fez bem. Como no início do segundo tempo, na primeira jogada de ataque, na qual foi à linha de fundo e cruzou pra Maxi. O gringo dividiu com Martini e ganhou um escanteio.

De resto, valeu ver a Geral bem representada em Flops. Cantou e apoiou sempre.

O time do Avaí, preciso dizer, é bem limitado. Mas Silas acertou com três zagueiros e a equipe está bem compacta atrás. Joga no 3-6-1, um bom esquema pra quem pensa (e só pode pensar) em não cair.

O diferencial continua sendo Marquinhos. Ele jogou o que o Tcheco não jogou. Sabe rolar uma bola, olhar o jogo, tocar de lado e em profundidade. É a referência do time. Nenhuma novidade, eu sei.

O que me preocupa são as 5 derrotas gremistas em 13 rodadas. Aproveitamento de 50% não chega na Libertadores. E não estar na Continental em 2010 não me serve.