Aqui não cabe o julgamento de concordância ou discordância. O que existe são visões de mundo, individuais e intransferíveis. Muito se fala em profissionalismo no futebol, dirigentes remunerados e com bagagem em GESTÃO. Não dá para precisar se este ou aquele clube é completamente profissional, atua de maneira quase impessoal e empresarial, segue um estatuto próprio definido de maneira transparente… Mas análises podem ser efetuadas.
O Inter possuiu um técnico estrangeiro, artigo facilmente encontrado no continente europeu. Dentro das limitações da legislação futebolística nacional, conta com três estrangeiros no grupo profissional de jogadores. Mas com o diferencial “europeizado” de contar com um uruguaio de cidadania brasileña, por supuesto. Muitas contratações coloradas são de jovens revelações de clubes do interior brasileiro. Assim como contratam os grandes clubes europeus, procurando jovens craques em “países de interior” do planeta. Além disto, o Beira-Rio passará pelo processo da “europização” suprema: cobertura nos moldes dos estádios alemães e acomodações seguindo exigências internacionais de segurança e lazer.
Analisando também a parte do jogo de bola propriamente dito, o que vemos são as constantes contratações de volantes polivalentes e laterais-zagueiros. Mais Velho Continente que isso não há. Nei e Bruno Silva muito mais compõem uma linha de quatro defensores do que atuam como laterais à brasileira. Wilson The Amazing Mathias, pelos rumores, é o clássico volante box-to-box nos moldes anglo-saxões: atua nas duas áreas, realizando coberturas e descidas laterais. Se realiza tudo isto ESPETACULARMENTE, só a bola dirá.
Estes são apenas alguns aspectos e atitudes notadas facilmente. Ainda há tentativas de agregar atletas africanos ao futebol do clube, e a difundida, porém nebulosa, parceria com os Esporas de White Hart Lane, o Tottenham Hotspurs – que contam com Sandro para ontem.
Profissionalização, imitação, gestão, herança histórica, inspiração, modelos estrangeiros, mudança de identidade. Muitos conceitos, poucas certezas. Mas como sempre o que dá para sentir é que as atitudes do clube, enquanto direção, dificilmente refletem às convicções e desejos do torcedor. E como (mais) um reflexo da sociedade, o futebol no Brasil não consegue pensar e agir por si próprio. A não ser quando falamos de cifras…