Eu acredito é na rapaziada

Tiraram praticamente tudo que fazia a gente se apaixonar pelo futebol. Com isso somos obrigados a ir nos apegando a pequenos fachos de autenticidade e empolgação. Por vezes um mísero lance diferente já faz o torcedor respirar melhor, tamanha a falta que a humanidade no futebol faz.

Um dos fatores que ainda empolgam uma torcida, ou pelo menos faz ela reagir, são jogadores das categorias de base. Nesse momento muitos podem pensar: “mas quando colocam os guris a torcida também não tem paciência nenhuma!” (e se tu fores colorado, tu sabes do que eu tô falando) , e é verdade em muitos casos, mas eu prefiro analisar pelo viés de que nós reagimos de maneira diferente aos guris porque é a torcida SE IMPORTANDO novamente com o jogo. Como deveria ser.

Nesta temporada o Inter subiu três piás que, em diferentes momentos e contextos, devolveram a vida pro olhar do torcedor. Prado, Mathias e Carvalho são um sopro de Inter na burocracia da lógica do esporte. Todos agudos e ofensivos, com características e formações diferentes, são apostas muito mais factíveis do que a mesmice das contratações médias do mercado.

A chegada de uma nova comissão técnica fez toda a diferença para o aproveitamento dos guris. Não há mais um senhor na casamata que fica dando discursos sobre jardim da infância e uma suposta hierarquia inventada em algum manicômio de Rosário. Agora as entrevistas são sobre futebol e, pelo que se sabe, há conselhos e inserção dos que sobem da base nos meandros do vestiário e do grupo.

Outra aquisição importante nesse sentido foi D’Alessandro. O 10 sabe como usar sua influência, seja com os cascudos, seja com quem está chegando agora no ambiente. E se o Gabriel aprender a armar vindo da direita pra dentro como ele fazia, estamos feitos!

Oxalá tenhamos uma nova geração de Ases do Celeiro para relembrarmos daqui alguns anos.